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Plano Museológico Museu do Vinho de Andradas
Nos dias 02 e 03 de março foram realizadas as duas últimas oficinas que compõem a primeira etapa de elaboração do Plano Museológico do Museu do Vinho em Andradas. Os eventos que aconteceram no Teatro Municipal contaram com a participação das museólogas da USP, a professora que orienta o Plano Museológico desde o início, Dra. Marilia Xavier Cury e das museólogas Miriam e Suzy, especialistas em patrimônio museológico ligado à indústria e a museus comunitários. Esta última etapa da elaboração do Plano Museológico Museu do Vinho de Andradas teve por objetivo alinhar os últimos itens do projeto. Estavam presentes nas oficinas os colaboradores da Secretaria de Agricultura, Desenvolvimento Econômico, Agricultura, Meio Ambiente, Turismo e Cultura, e representantes dos Vitivinicultores de Andradas e da Associação dos Amigos da Cultura de Andradas, responsável pelo projeto. O Plano Museológico Museu do Vinho de Andradas é financiado pelo Fundo de Cultura do Estado de Minas Gerais. Já no dia 6 de março, começou a segunda e última etapa do Plano Museológico Museu do Vinho de Andradas. No auditório da Prefeitura Municipal ocorreram duas oficinas, a primeira com o historiador da “Casa da Memória João Moreira da Silva”, Ricardo Luiz de Souza, com o tema da oficina Histórias e Memórias de Andradas e o seu papel fundamental na elaboração do Plano Museológico Museu do Vinho de Andradas. Diretoras, supervisoras e coordenadoras das escolas de Andradas também marcaram presença no evento. A segunda oficina foi ministrada pela turismóloga Mônica Cristina Zanetti que tratou sobre o ‘Turismo e Enoturismo - vocação histórica de Andradas e Região’. Desta vez, o público alvo foi a Educação Básica do Município (Educação Infantil, Fundamental e Médio) entre escolas públicas e privadas, além da participação da coordenação geral e o corpo docente da Escola de Tempo Integral. As oficinas são essenciais e têm por objetivo capacitar os profissionais que irão executar o Plano Museológico Museu do Vinho de Andradas. Os temas trabalhados foram: “Histórias e Memórias de Andradas e seu papel fundamental para o Plano Museológico Museu do Vinho de Andradas.” Ricardo Luiz de Souza A Oficina teve como principal premissa a contextualização de todo o processo histórico da instalação e desenvolvimento da vitivinicultura no munícipio de Andradas, entre o final do século XIX e ao decorrer do século XX. A palestra foi ministrada pelo historiador Ricardo Souza. Sendo realizada no período compreendido em dois turnos, uma às 14h e a outra, às 18h. No horário das 14h o público alvo da oficina foram as diretoras, supervisoras e coordenadoras das escolas municipais e particulares, totalizando 24 profissionais. Já no período das 18h o público atingido foi o das professoras do Projeto Municipal da Escola Integral, totalizando 16 profissionais. Foi trabalhado nessa oficina, no primeiro momento, o surgimento e desenvolvimento da vitivinicultura andradense no fim do séc. XX. Ao público participante também foi relatado e discutido a intima relação econômica que a imigração italiana e o desenvolvimento vinícola tiveram, além é claro, do paulatino interesse estadual e estatal nessa economia, tal como a construção e operação da Subestação de Enologia pelo Estado Novo Varguista. Na ocasião, também foram trabalhados com os professores os conceitos de que a história do vinho em Andradas mistura-se com a história sul-mineira, estadual e nacional. Essa contextualização torna-se necessária para que os mesmos consigam perceber a importância dessa economia para a cidade. Durante o discurso, foi destacado a importância e o marco significativo para a história e para o turismo regional da primeira Festa do Vinho de 1954. Precursora no Brasil, esse evento impulsionou a fama de Andradas como a “Terra do Vinho”. A festa fez com que a economia vinícola atraísse novos investimentos, além de promover o vinho da cidade em todo o território nacional, proporcionado fama e muitas vendas para esse produto de muita qualidade e aceitação no mercado nacional de vinhos. Na fase final da oficina, os dirigentes falaram sobre o extremo crescimento que essa economia conheceu a partir da década de 1960, com o aumento das vendas das vinícolas nativas e a incorporação de multinacionais do ramo, tais como a italiana Alba e as portuguesas Izidro Gonsalves e Caves do Restelo. Nessa fase, o município também recebeu uma grande leva de imigrantes portugueses e de outras regiões, pois a produção encontrara seu auge. O objetivo de trabalhar essa temática com os professores, supervisores e diretores das escolas da Rede Municipal de Andradas foi, justamente, o de alertar para a importância histórica que a economia vitivinicultora trouxe à cidade. Reforçar essa temática é criar sentimento de pertencimento e de valorização dos patrimônios históricos, o que fará com que os estudantes tenham um maior senso crítico, além de um sentimento de cidadania. O futuro Museu do Vinho de Andradas possui essa premissa, pois será um museu educativo, contribuindo para a fixação dos conteúdos aprendidos e discutidos em sala de aula e também irá reforçar suas vivências de mundo, pois ao visitarem o local de território, os discentes poderão criar suas significações de mundo. Oficina: Turismo e Enoturismo uma Vocação Histórica de Andradas e Região Mônica Cristina Zanetti A oficina foi dividida em duas partes. Na primeira foi demonstrado o conceito de turismo e enoturismo, e como esse setor que pertence economicamente à área de prestação de serviços se constitui atualmente num setor fundamental para economia mundial, do Brasil e de vários municípios de nosso país, incluindo Andradas. Como exemplo, foi apontado que o turismo atualmente compõe 4% do PIB brasileiro e representa uma enorme capacidade de ampliação dessa cifra. Portanto, o turismo é, e deve ser parte integrante de projetos de desenvolvimento econômico de regiões que possuem potencial para isso. Na segunda parte foi demonstrado e avaliado o potencial turístico de Andradas, indicando que a cidade é um local que comporta várias identidades – produtora de vinho; produtora de bolachas; produtora de rosas; entre outras -; além de uma identidade ligada ao turismo de aventura e ao ecoturismo em função de suas belezas naturais. No entanto, a questão da identidade da cidade, historicamente constituída, é a identidade de “Terra do Vinho”, sendo ressaltado como potencial atrativo turístico este título que projeta Andradas no cenário nacional. Por isso, é fundamental uma articulação entre o Plano Municipal de Turismo que contempla todas essas potencialidades e o Plano Museológico Museu do Vinho de Andradas.
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